Assentamento Caetanos de Cima/Sabiaguaba 

 

 

 

 

Histórico

Assentamento Caetanos de Cima/Sabiaguaba 

Terra: . Patrimônio do. Povo! 

Vivendo da agricultura familiar e da pesca artesanal, Caetanos de Cima reúne aproximadamente 46 famílias. A comunidade compõe o Assentamento de Sabiaguaba, junto com Pixaim e Matilha. Está localizada no município de Amontada, extremo oeste da zona costeira cearense, a 210km de Fortaleza. O lugar, em meio a dunas fixas e móveis, apresenta uma riqueza cultural marcada pelos elementos do litoral, com histórias e dramas contados pelos mais velhos e a manifestação da popular dança do coco. As atividades culturais proporcionam às crianças; jovens e mestres populares, um ambiente de troca e ressignificação de saberes tradicionais da comunidade. O trabalho com a memória e o incentivo às manifestações populares é uma das formas de resistência incentivadas pela comunidade. l\lesse sentido, desde 2005, funciona o Ponto de Cultura Abrindo Velas Pescando Culturas, com o apoio do Ministério da Cultura e assessoria do Instituto Terra mar. O projeto busca desenvolver a participação e a autonomia juvenil em conjunto com a melhoria da educação na escola local. Outro forte elemento de identidade para os moradores de Caetanos de Cima está na relação com a terra. Calcada na participação histórica da luta· peta direito a terra, desde o início do processo da posse coletiva do Assentamento Sabiaguaba, junto ao INCRA, em meados da década de 1980. Aliada a luta pela terra está a participação da comunidade na Rede Cearense de Turismo comunitário. Uma articulação do litoral a construção de um novo modelo de turismo, diferente do convencional.

Ponto de Cultura Abrindo

Velas Pescando Cultura

Assentamento Caetanos de Cima/Sabiaguaba

 

A comunidade de Caetanos de Cima do Assentamento Sabiaguaba, situada no litoral cearense, no município de Amontada, vem produzindo ao longo da história uma trajetória de resistência política e cultural, em defesa do território. A comunidade sofre permanentemente ameaça pelo capital imobiliário e suas formas de invasão, buscando derruir e apagar formas de sociabilidade, organicidade e memória, promovidas e estabelecidas, entre os camponeses que vivem da terra e do mar. As suas formas de resistências são transformadas ao longo dos anos, se configurando como uma experiência de geolocalização, estruturada a princípio na denúncia das agressões e no enfrentamento das lutas sociais.

 Vale salientar que a geolocalização são experiências locais, ocorridas em tempos e espaços, que dialogam e interagem, com questões estruturais do capitalismo global. Em Caetanos de Cima a resistência contra o capital se alarga nos últimos anos para a formação de uma rede de defesa do litoral, e o fortalecimento da cultura viva comunitária como base da (r) existência.

O turismo comunitário é uma das estratégias de enfrentamento e resistência na luta pela defesa do território, ao articular a organização comunitária, a geração de trabalho e renda. Caetanos de Cima integra a Rede Cearense de Turismo Comunitário (Rede Tucum) promovendo espaços de lazer e convivência com a natureza sobre outra relação de fruição com o espaço e suas paisagens, tendo como guia orientador, o respeito aos bens naturais, o cuidado com os espaços, e a proximidade com o cotidiano comunitário dos pescadores e agricultores, como ainda, a socialização da memória e história local.

A memória da comunidade se apresenta como base fundamental de formação e socialização da história, incorporando na materialidade da vida, um significado valorativo. A Casa da Memória tem se edificado como espaço concreto e simbólico das práticas e experiências dos sujeitos desta comunidade, que insistem em resgatar e preservar práticas culturais, que assumem força no legado de Caetanos de Cima. Este espaço tem reunido um acervo de registros que fomentam uma historiografia marcada por desafios, resistências e conquistas, alimentando o entendimento e pertencimento a comunidade, entre as gerações.

Caetanos de Cima vem ao longo dos anos, elaborando epistemologias e práticas culturais, anunciadoras de formas mais amplas de sociabilidade que ampliam reflexões em torno do debate de gênero, sexualidade, raça, e meio ambiente, em sintonia com os princípios e valores da Cultura Viva.  As juventudes LGBTQ+ e as mulheres têm conseguido afirmar seu pertencimento político, a partir do enfrentamento em conflitos locais, confrontando visões e concepções de mundo, marcadas por uma matriz cis-hetero-patriarcal, racista e colonial-capitalista, articulando o debate das relações desiguais e coloniais de apropriação privada da terra e dos bens naturais, o que informa a denúncia contra a colonialidade do poder, em seu objetivo de não apenas cercear os territórios e riquezas ambientais, mas os corpos, desejos, e individualidades, que se contraponha a matriz central destas relações de poder.

A dinâmica cultural articulada na comunidade compreende vários grupos, quais sejam: Grupo de dança Raízes do Coco, Grupo de Teatro Frutos da Terra, Coletivo Terreiro Cultural, Grupo de mulheres batuqueiras Iniciantes do Batuque, bem como, os grupos culturais da comunidade Matilha, sendo esses, Grupo de Teatro Os Catirinas, e Grupo de Capoeira Armada Dupla, integrantes do Assentamento Sabiaguaba.

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